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Segunda Feira - Potássio #11




Segunda feira, na cidade não tem feira no quarto não tem aconchego. Eu chego a pedir arrego umas três vezes no tempo de fumar um beck a sós. Dias me sinto menina, dias menino, dias nenhum dos dois e dias sozinho… Hoje é uma mistura de tudo isso, uns rebuliços e três doses de ansiedade extra, meu corpo bem, minha mente um fiasco, até acho que era melhor nem ter acordado hoje. Hoje, porque amanhã talvez eu esteja bem. Não é marcado para se estar mal, apenas acontece, sorriso nos vai, tristeza aparece e até parece que nunca me veio outra tristeza antes. A dor é a pior de todas.


Romantizar por aí a depressão, faz com que tudo me pareça confuso. Estou gritando por socorro, eu sei, mas parece que ninguém repara. Ninguém não. Quem eu quero que repare. Respira, não pare. Recue se precisar, não me invade. Ah, que loucura é a segunda feira sem feira e sem lugar pra se aconchegar.


Desculpa a luz forte é que meu forte é escrever no claro. Claro que não é tão fácil deixar a mente trabalhar, deitar e dormir as vezes, mesmo sabendo que levanto antes do sol e escuto o galo cantar. Isso quase todo dia, menos o dia que eu quero descansar. Aí, eu deito na cama, finjo que não acordei, olho no espelho da mente e me afundo mais ainda na cama ou na depressão. Não sei bem.


Me disseram uma vez que escrever faz bem pra alma, calma. Não quero só me aliviar, quero dizer, falar, gritar para que outras pessoas também possam gritar. O silencio as vezes fala muito e você que não quer escutar. O corpo pede descanso e a mente? Não quer parar. Nem sei se meus dedos querem continuar, mas continuo, só pra poder finalizar.

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